sábado, 20 de junho de 2015

Se tem pirata, tem Wanted!

Mexendo na minha estante de mangás dei de cara com um que li em fevereiro de 2013 para fazer uma resenha para o falecido site Sake com Sal e que depois ganhei de presente da Ari. Agora com vocês: Wanted. Porque eu quero trazer mais literatura para o blog.
AC


Se tem pirata, tem Wanted! – Matsuri Hino

Volume único, traço suave com grandes olhos brilhantes e uma história leve e bobinha. Adoro esse tipo de mangá! E a própria autora faz um aviso aos leitores para não pensarem em coisas muito complexas e se divertirem com a leitura, pois esse é o desejo dela. Advertida e preparada passei a ler o meu segundo mangá de histórias de piratas.

Wanted conta sobre a jovem Armeria, uma garota que durante um ataque de piratas liderados pelo temível capitão Skars vê seu amigo Luce ser sequestrado e a partir daquele evento ela passa a buscar trabalhos em navios sob o codinome Artie, até conseguir reencontrar aquele que se tornou o grande amor de sua vida. Logo nas primeiras páginas alguns de nós, ou melhor, muitos de nós até me atrevo a dizer isso porque eu não sou das mais espertas para desvendar tramas de histórias podem resolver o mistério. Daí vem a pergunta, porque continuar a leitura? Simples para ver até que ponto vai a inocência de Armeria.

O volume é dividido em três partes e apresenta diversos personagens recorrentes, o que liga os blocos de uma forma suave. O primeiro capítulo apresenta o mundo e os personagens, o segundo amplia o cenário mostrando o universo fora do navio e o terceiro fecha com uma aventura, uma clássica caça ao tesouro. A narração corre de uma forma tranquila e sem entraves, seguindo as linhas de raciocínio da heroína central.

Armeria ou Artie, na versão masculina, é uma garota sonhadora e idealista. E é justamente essa mistura que a move sempre com garra para alcançar seu objetivo, descobrir se Luce está vivo e o que aconteceu com ele. Mas no contraponto, esse também é seu maior defeito, pois é a idealização de seu amado que a faz não perceber as coisas que estão acontecendo na sua frente e atrasam a evolução da persoangem.

Luce é um mistério, pois a visão que temos dele é através das lembranças da pequena Armeria, então, para ela, ele é um rapaz justo, gentil, agradável, bonito... Usando as palavras da personagem ele é um “nobre bonzinho”.

A terceira ponta dessa história é o capitão do navio, Skars, que segundo Armeria é tudo aquilo que Luce não seria nunca, um pirata vil, ignorante e vulgar, ou seja, malvado. Mas essa visão é alterada conforme a história anda e descobrimos, que apesar de ser um pirata, ele possui escrúpulos.
O traço da autora é consistente e contínuo. Ela dá bastante ênfase aos olhos, sempre transmitindo muita expressão. As roupas e cenários de fundo são bem elaborados e com bastante uso de retículas, mas de uma forma que não gera peso excessivo e passa sensação de movimento. E talvez o que mais me atraiu foi a forma de montar a página dela, com quadro sobre quadro e muitas vezes trabalhando com uma divisão na diagonal, e podem acreditar, quando ela for desenhar uma imagem de página inteira, ela realmente será impactante.

Friso aqui que não deixem de ler na passagem entre capítulos uma das coisas que eu achei mais engraçadinhas em todo o mangá, são uns quadrinhos mostrando alguma situação que já tenha ocorrido naquele capítulo agora com “o sentimento mais secreto de Skars-sama” explicitado. Com essa dica desejo a todos uma boa e divertida leitura!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Meu nome é...

Conforme prometido pelo insta aqui está a imagem inteira. Apesar dos pesares dela, até que eu gostei. Pode não parecer mas é aquarela... O papel absorvia tudo muito rápido!
Bom, mas o desenho não surgiu a toa, criei uma personagem nova de RPG para o universo de Tormenta e me apaixonei! Então escrevi um textinho falando quem ela é e resolvi que só postaria ele quando tivesse feito uma ilustração... Resultado demorei um mês e meio, entre ter coragem, fazer o traço e resolver como pinta-la.
Espero que aproveitem minha linda e o texto.
AC



A Guerreira Azul

Mèlyna cresceu tendo duas casa, uma com sua mãe e outra com seu pai... O fato de uma delas ser debaixo d’água é mero detalhe. Filha de uma elfa-do-mar e de um samurai do Clã dos Rios a garota de cabelos azuis, significado de seu nome élfico por sinal, tinha uma energia sem igual. Com a mãe aprendeu a falar aquan e todas as delícias das águas, com o pai aprendeu tamuraniano e a lidar com metais. Essa mistura de línguas fez com que ela ganhasse um sotaque muito engraçadinho ao falar valkar, a língua comum, que aprenderia em suas viagens futuras.

Mesmo sendo uma criatura híbrida, não-humana, ela foi aceita no Clã dos Rios por ser uma Kariai, sangue do sangue de seu pai, e ganhou o treinamento dos samurais. Quando ela aparentava ter seus 13 anos, o que não era bem verdade pois seu sangue especial fez com que envelhecesse mais lentamente, já havia dominado a luta de espadas e se mostrado uma excelente armeira, criando katanas e wakizashis com maestria, seu pai morreu. Apesar de ter a mãe ela não se sentia completa somente na água, o fogo da forja e o calor do sol faziam parte da sua vida agora. Então ela resolveu partir da ilha de Tamu-Ra para conhecer a costa do continente de Arton.

A garota passou anos indo de cidade em cidade, a cada parada se tornava aprendiz de um ferreiro diferente conhecendo os mais diversos tipos de armas e acessórios metálicos possíveis, depois de um ano ou dois partia para a próxima. E foi nesse ritmo que a jovem ganhou experiências que puderam fazer com que, ao chegar em Malpetrin, ela abrisse seu próprio negócio com direito a vista para o mar e uma placa com os dizeres “A Ferreira dos Oceanos”.

A diferença que Mèlyna sentiu ali e a prendeu foi a enormidade do porto, com criaturas das mais diversas raças e com os gostos mais exóticos. Conhecendo e fazendo amizade com as pessoas certas, como o capitão de um navio, meio-elfo-do-mar como ela, e o taberneiro da melhor espelunca do local, garantiram que a sua fama se espalhasse rápido. Não demorou para samurais aparecerem em sua porta com katanas danificadas a procura de ajuda ou pescadores com pedidos de arpões e tridentes.

Mesmo assim, com todo o serviço que tem, não é incomum sua porta estar fechada com a plaquinha de “volto logo” e ela estar aproveitando as ondas da praia, brincando e se divertindo, assim como seus pais lhe ensinaram.

domingo, 10 de maio de 2015

Primeira Aventura

Após tanto tempo parado aqui um texto que ficou um bom tempo no armário também... Para quem conhece uma boa história ambientada no mundo de Tormenta (um sistema de RPG nacional), pra quem não conhece uma boa história num mundo fantástico que lembra os clássicos mas muito mais leve e descontraído.
Essa conto foi escrito a partir da história que o Ton narrou para o grupo de jogadores que tínhamos, então, acredite... Isso realmente aconteceu... Talvez não nós mínimos detalhes, mas isso é com minha ladina fofa, a Nanna.
Aproveitem o texto.
AC
Desenho do Jorge "Karu" Botticelli e pintura digital minha.

Primeira Aventura
(pela halfling, Nanna Littlefoot)

Como toda boa história deve começar, chegamos aqui, na Taverna do Macaco Caolho. Sim, claro, estávamos em Malpetrin. A forma que cada membro do grupo veio pra cá, isso dá material pra muita coisa, mas o que importa é que estávamos todos lá, falando com o NOSSO mago. Ai como é bom pensar assim, nosso mago, nossa missão, nosso loot... E que loot! Mas isso fica pra depois, não vou contar o final agora, qual seria a graça? Que saímos de lá é óbvio, senão como estaria aqui te contando? Agora, posso voltar a Taverna, por favor? Anda! Bebe, vai. E pede um caneco pra mim também! Assim você fica com a boca cheia e eu molho a garganta.

Quando entrei por aquelas portas a... Okay. As portas antigas que ficavam ali, essas eles colocaram início da semana. Estavam sentados nessa mesa um clérigo com uma armadura completa, espada, escudo e até com uma elegantíssima máscara, tudo de aço totalmente negro, também estavam sentados ali um mago com longos cabelos loiros e uma criatura de aparência muito agradável e risonha, um jovem qareen. O velho mago estava de pé, clamando por novos e corajosos aventureiros para aceitar a missão que ele estava a ofertar. Eu atravessei todo o salão em passos firmes e fui até a frente dele e então ele não me viu, mago esclerosado... O clérigo, que mais tarde soube se chamar Greyth, estava a meio movimento de tocar o mago e eu saquei minha adaga e cutuquei a coxa do mago, uma, duas, três vezes até ele se dignar a olhar para baixo e falar comigo. Fui aceita no grupo de imediato, afinal “se um grande mago como eu não notou tamanha presença a entrar no salão, os inimigos não terão a menor chance!”. E você não venha tirar uma com minha altura, senão eu vou te ensinar o que aprendi a fazer com o samurai, acredite, esse osso pode ser uma arma...

Enquanto esperávamos o qareen fez uma pequena flor nascer no centro da mesa, tirando um sorriso enviesado do loiro, chamado Arenos e um olhar muito feio do Ruud, o dono da Taverna, que acreditem, foi capaz de fazer a florzinha murchar na hora! O mago iniciou sua fala logo após a chegada dos últimos aventureiros, que cruzaram a porta juntos. Aquela, viemos a descobrir depois, era uma dupla de praticamente irmãos, dois membros do Exercito de Tamu-ra, um monge e um samurai deformado, um lefou. Com a chegada deles o velho decidiu que o grupo estava completo para alcançarmos nosso objetivo com louvor, aí começaram as explicações. Nossa missão era adentrar os Bosques de Allihanna e explorar um antigo templo élfico atrás do medalhão que pertenceu à Condessa que ali reinou. Tudo o que achássemos, com exceção dessa peça, seria nosso, além duma magnífica sacola de artefatos que ele mostrou para todos na mesa. Missão aberta, detalhes discutidos, hora de partir.

Pedi a benção de meu pai, me despedi da mãe, reuni o equipamento necessário e fui ao encontro do grupo. Tudo arrumado, depois de levar Monphu e Fúria do Dragão, respectivamente o monge e o samurai, para realizar umas comprinhas com os goblins do mercado, partimos naquela mesma manhã rumo ao Bosque. O caminho até lá foi tranquilo, até onde é possível considerando que passamos próximo ao Planalto dos Kobolds, mas o que poderia acontecer de grave num ataque daquelas... Galinhas escamosas superdesenvolvidas. Só dor de cabeça... Mas não muito tempo depois desses encontros aleatórios com os kobolds e um ótimo desjejum feito pelo feiticeiro, o qareen de nome Izilud, alcançamos nosso destino.

A entrada das ruínas, apesar de despedaçadas pelo tempo... Ahn? Sim eu sei... Ruínas. Por Hynnin! Quer parar de quebrar o clima, faz favor? Ca-ham, continuando... Apesar de despedaçadas pelo tempo, a entrada continuava a passar uma sensação de poder e grandiosidade impressionantes, todo o corredor central estava tomado por plantas e animais selvagens, mas não era isso que nos intimidaria, tal situação só foi capaz de incutir mais vontade de entrar logo e ver o que estava aguardando sob aquele templo de pedra. As paredes são todas feitas de grandes e resistentes blocos de rocha, os pilares e pequenos altares abandonados também, tudo isso envolto com vegetação úmida. Conforme avançávamos para o seio da terra, a vegetação diminui e pudemos observar melhor os detalhes daquele local. Havia entalhes nas paredes, vários símbolos que nos pareceu uma língua extinta, também apareciam com frequência desenhos de serpentes. Pensamos que seriam representações religiosas ou o brasão daquele grupo, sendo que uma coisa não necessariamente excluiria outra.
A cada porta se faziam necessários meus serviços, afinal, nenhum dos grandões queria perder um pulso ou a cabeça, que fosse um dedo sequer. Todas as armadilhas que desarmei naqueles túneis tinham uma estrutura muitíssimo interessante, um esquema de engrenagens, como é difícil achar quem faça hoje. Os sistemas de segurança dos nobres? Não, nem chegam aos pés do que aqueles “elfos” criaram.

E também sala após sala enfrentamos criaturas terríveis, esqueletos, zumbis, serpentes! Greyth avançava com seu grandioso escudo em mãos, Monphu e Fúria do Dragão andavam lado a lado, o monge preparado com seus punhos e o samurai com sua longa naginata decapitando e amassando os inimigos. Izilud e Arenos trabalhavam com suas magias, lançavam longas torrente de fogo, choques elétricos, moviam coisas sem tocar e criavam luz nos momentos mais escuros. E eu caminhava entre as pernas deles com minha adaga em punho aproveitando da distração das criaturas para obriga-las a cair de joelhos ao chão cortando seus tendões... Ah, sim cara, sim, quando tinham o que cortar. Ou então usava minha leve besta para atacar a distância. Óbvio que eu não chegava logo na frente de batalha. Gosto de uma aventura, mas não sou burra para me lançar nas mãos de Tenebra.

Após alguns dias, não sei se um, dois ou mais, já havíamos perdido a noção do tempo, dormíamos nos cantos da sala após cada choque com os inimigos, principalmente para os usuários de magia recuperarem suas forças e comíamos nossa ração ou coisas conjuradas pelo clérigo ou cozidas pelo feiticeiro.

Quando já não acreditava ter mais escadas para descer tivemos um encontro formidável, ali no meio daquele labirinto de túneis chamado templo encontramos uma sala com o lustre acesso e uma agradável fogueira. E ali sentado, assando maçãs, uma para cada um de nós, estava um homem samurai, com a barba a fazer e roupas simples. Enquanto caminhávamos em sua direção, eu olhava diretamente dentro de seus olhos e pude ver quando um raio atravessou suas íris. Parado diante de nós, como soube mais tarde, estava ninguém menos que Lin-Wu em pessoa, se podemos usar essa expressão para um deus... Não acredita em mim, por que eu mentiria? Ah, para aumentar minhas glórias? Sério? Todo o ouro que eu trouxe e aquelas moedas de prata antiga comprovam a veracidade das palavras que digo. E se quiser mais pode perguntar para o monge e o samurai, ambos são devotos dele e ganharam pequenos agrados. O que ganhei? Uma das maçãs, que comi na hora para não fazer desfeita a aquele homem que nos prometia ajuda. Monphu e Fúria do Dragão não aceitaram o fruto de primeira, e quando souberam com quem falavam, tiveram que baixar suas cabeças e sussurrar desculpas pela possível ofensa. Lição número um, se algo ou alguém vem falar com você não sei a quantos metros abaixo do solo e ele não parecer querer te matar, aceite sua maçã caramelada.

Outro encontro divino pelo qual passamos foi através de um espírito numa fonte dos desejos, sua face surgiu nas águas que jorravam e sua linda voz nos agraciou com respostas para cada pergunta que fizemos, uma para cada, todas envolvendo aquele lugar. Quando tudo que tinha para ser dito o fora, caminhei até a borda e lancei uma moeda da Condessa, daquelas antigas, ouvi uma risada, ela me foi familiar na hora e agora mais ainda, e por conta disso achei melhor depositar um pouco mais de prata nas águas da fonte. Ao dar as costas uma voz sussurrou ao pé do meu ouvido: Obrigado, e riu novamente. Até hoje sonho com esse timbre, e por vezes creio ouvi-lo nos cantos e becos. Foi um momento memorável esse.

Alguns minut... Bom, algum tempo depois apareceu um inimigo que nos pareceu desafiador. Numa sala inundada, havia um enorme crocodilo albino! Atacávamos diversas vezes mas o dano causado era muito pouco... Até que Izzy teve uma ótima ideia, com suas mãos tocou na água e lançou um choque! Não foi preciso muito esforço depois disso. Assim que a besta morreu a água da sala escoou e continuamos nossa jornada.

Depois disso tudo ficou mais interessante e tínhamos certeza de que estávamos no caminho certo, o Medalhão da Condessa tinha que ficar no coração do templo. Cada inimigo, cada armadilha estava mais incrementada! Ah! Batalhas memoráveis! Vocês já viram um monge com raiva? Que? Acham que não é possível? Bobagem! Eu vi o fogo da ira transbordar pelos olhos de Monphu! Depois de explorarmos todo o patamar que estávamos entramos na última sala e encontramos uma hidra e todas as seis cabeças dela se viraram para nós! Eu consegui me camuflar entre meus companheiros e esgueirar para um ponto cego onde ela não me notaria e mirei bem na nuca da sexta cabeça e após lançar um dardo certeiro procurei um novo ponto de apoio. Nisso meus companheiros estavam se digladiando com ela tomando todos os cuidados para as oito cabeças originais dela não se tornarem ainda mais! Quando eu estava pronta para mais um tiro certeiro a décima segun... Oi? Se eles estavam cortando os pescoços? Claro que não! Acham que começamos nessa vida ontem? Não tínhamos fogo para cauterizar os cortes! Ahn? Seis! Eu nunca disse isso essa hidra era enorme e tinha quinze pescoços com cabeças enormes e dentuças! Ora! Por todos os bardos! Deixa eu continuar homem! Como eu dizia uma das cabeças dela se virou e praticamente cerrou o samurai ao meio... Monphu enlouqueceu ao ver o corpo de seu irmão cair desfalecido e contorcido no chão e as outras cabeças de preparando para ataca-lo novamente e então o extraordinário aconteceu! O monge pulou no lombo do bicho e então começou a soca-lo, chegando até seu coração que arrancou com as próprias mãos e ergueu sobre a cabeça gritando! Quando a criatura caiu morta sob seus pés ele olhou para seu companheiro de vida e viu que estava sendo cuidado, ao ouvir as palavras do clérigo de que ele ficaria bem, foi a vez dele de desabar de exaustão.

Depois de usarmos praticamente todas as nossas poções de cura em Fúria do Dragão ele se reergueu pronto para a batalha final que se aproximava. Enquanto Izzy preparava nosso desjejum eu fiquei explorando o hall principal e atrás de uma linda tapeçaria, pena que ela era grande demais para carregar, ficaria linda na parede lá na casa da mamãe... Sabe, ela tem um jarro que meu avó conseguiu em Deheon que combinaria perfeitamente! Desculpe, desculpe, devaneios! Bom, eu achei uma passagem secreta que nós levou a última grande sala. Enquanto atravessávamos o túnel estreito Arenos, nosso mago, sentia que havia algo grande a frente. Todos acreditávamos que lá estaria o nosso alvo, o Medalhão da Condessa.

O caminho desaguou num salão estupendo! Todas as paredes tinham escrituras esculpidas e haviam vários pequenos altares, no meio havia uma elevação que parecia se abrir do ventre da terra e de cada lado um caixão com o corpo de um elfo esculpido sobre eles, um homem e uma mulher vestidos ricamente, com detalhes da túnica e muitas camadas de tecido adornando seus corpos. Mas não era um caixão normal, era colossal! O túmulo do Conde estava quebrado na altura do peito revelando ossos descarnados e tecidos finos pela rachadura, assim nós percebemos que não se tratavam de elfos normais, todo o comprimento da tumba era realmente ocupado pelo corpo que lá descansava. Esses nobres eram de uma raça que nenhum de nós conhecia, até aquele momento... O sarcófago da Condessa estava intacto mas com a tampa alguns dedos deslocados para o lado, porém nos impedia de ver qualquer coisa dentro dele. Mas a pouca luz que nos orientava fez brilhar a joia que descansava acima de suas mãos de pedra, um pingente, sem exageros, do tamanho desse prato, rapazes! Eu juro que foi preciso dois dos nossos para tira-lo de lá! Depois de averiguar se não haviam armadilhas, é claro!

Quando estávamos com nosso precioso prêmio guardado e prontos para sair daquele mausoléu sentimos o chão vibrar e notamos um vulto crescer vindo de uma fenda na parede atrás do altar, que o feiticeiro já tinha chamado a atenção. De lá veio nosso derradeiro desafio: a própria Condessa. Ela era muito alta, com as orelhas pontudas dos elfos, o cabelo longo parecia ter vida própria e os olhos brilhavam à meia-luz. Ela avançou gritando e agitando os braços com unhas que mais pareciam garras. Quando todos estavam em seus postos de batalha notamos algo mais, ao invés de pernas por debaixo do vestido semi-destruído dela havia uma longa cauda de serpente! Ela carregava ao redor do pescoço de pele escamosa um colar despojado do pingente e parecia muito irritada com aquilo. Acredito que nossos movimentos e vozes a tenham acordado de um sono muito longo e solitário. Conseguem imaginar a raiva que aquela criatura vinha para cima de nós, não? Algo parecido com a daquele anão ali no canto se ele for acordado e ver que o caneco dele virou... Ei! O que você pensa que vai fazer com esse copo? Jogar nele? Eu quero terminar essa história hoje! Você sempre consegue interromper nos momentos mais inoportunos! Anda, pede pro Ruud mais uma dose daquela coisa que ele chama de cerva e cala a boca! Onde estava? Ah, claro, a Condessa! Aquela vadia gigante... Ela veio com tudo que podia e começou a maior batalha que aquele lugar já viu! A chuva de brilhos mágicos era tanto que acho que era visto do lado de fora do prédio, o samurai e o monge lutavam numa sintonia perfeita e eu estava com minha besta preparada para dar mais um tiro naquele corpanzil enorme que o inacreditável aconteceu! Eu consegui acertar bem no meio da minh... Do olho dela! Ela ficou enfurecida e investiu contra mim, nem mesmo Galtran conseguiria se esconder dela naquele momento de fúria! Ela me acertou com tamanha velocidade que sua garra atravessou minha coxa! Vê? Olha o tamanho da cicatriz que a criatura me deixou?! Ela rasgou minha carne, eu senti cada repuxada no músculo e vi meu sangue correr quente empapando minhas vestes! Mas ainda assim eu puxei minha adaga que estava presa na bota da outra perna e dei um talho em sua mão, fazendo ela se afastar tão rápida quanto veio! Eu lutei para me manter acordada mas a fraqueza tomou conta de mim e a última coisa que vi foram meus cinco companheiros de batalha lutando contra aquele monstro! E a última coisa que pensei foi implorar para meu Deus sua ajuda... Nem pense em me interromper agora!

Quando acordei estava nos braços de Greyth, sentindo o balançar da cavalgada rápida sobre a terra e o sol entre as folhas das árvores. Estava viva e sentia dor na minha perna. Ele me explicou que o ferimento fora muito grave, a mira foi muito precisa e acertou a veia femural, mas eu conseguiria sobreviver pois eles acabaram com a Condessa-Serpente poucos instantes após minha queda e realizaram os primeiros-socorros lá mesmo. Ele disse que tive muita sorte e que alguém lá no Panteão devia gostar muito de mim. Cá entre nós, acho que gosta sim! Quando chegamos na vila fui atendida por um curandeiro e assim que consegui reunir forças, paguei minhas dívidas e fomos ao encontro do poderosíssimo mago que nos mandou nessa aventura. Se eu tenho o medalhão para provar? Claro que não! Essa peça era a encomenda dele. Mas olhem, olhem bem para essa moeda! Tira a mão! É para olhar, não tocar! Vê? É o perfil da Condessa esculpido, é prata das boas essa daqui! Tirei cada uma dessas belezinhas desse saco lá do fundo do reinado da elfa-cobra. Se tenho medo que me roubem? Amigo... Você não me conhece! Vai, continua a beber que é o melhor que tu faz! Ruud! Manda um daqueles especiais pra todos aqui da mesa, pago em prata companheiro!

domingo, 12 de abril de 2015

A tempestade que chega é da cor dos teus olhos castanhos

Fiquei parada um tempo (de novo), mas espero mudar tudo mais uma vez. Tenho medo de fazer promessas vazias, mas minha intenção de manter aqui é pura e cheia.

Resolvi postar algo, mas como estava sem idéias fui fuçar a net e encontrei essa carta... Achei lindo demais e resolvi partilhar o primeiro parágrafo junto com alguns desenhos antigos meus (um dia eu escaneio coisa nova). Aproveitem.
AC

             "Nunca gostei de olhos claros. Não que furaria os meus se eles fossem verdes ou que evitaria o nosso segundo encontro se os seus, meu amor, fossem azuis. Mas, sempre preferi a sinceridade seca de um par de olhos castanhos. Aquela escuridão impenetrável, de certa forma, sempre me fascinou. Aquela sensação de me perder num breu, de ter que tatear pra encontrar alguma saída. Aquela paz que a gente só sente, aquele ruído que a gente só percebe quando é noite alta, as luzes estão apagadas e o céu já está negro. Aquela profundidade que a gente não vê, e que justamente por isso a gente sabe que existe. Seus olhos, meu amor, me fazem crer que o paraíso é escuro." (Bruna Grotti)

Detalhe - Eric (grafite, através de observação de fotografia)
Detalhe - Aideen (grafite, através de observação de fotografia)
Meu olho, que é castanho, mas que na mente assume o que quiser (maquiagem, através de observação de fotografia)

domingo, 29 de março de 2015

Kyuubi

Hoje teve RPG e estamos indo para o final de mais uma crônica. Então eu resolvi trazer um desenho da minha personagem que já está ativa a muito tempo... Ele está no meu sketchbook antigo mas quem fez foi a Ariana, porém ele foi uma das minhas primeiras pinturas a lápis, nem lembro mais a data e não estou com vontade de procurar ele agora. Desculpem...
Com vocês minha gueixa vampira, Sayo Tora usando uma fantasia de raposa de nove caudas.
AC


terça-feira, 24 de março de 2015

Crist

Hoje vamos falar de RPG, de Vampiro: A Máscara mais diretamente.
Pra começo de conversa esse termo é uma sigla para "Role Playing Game", que é um jogo normalmente descrito como "jogo de interpretação de papéis" onde um dos jogadores assume o papel do Mestre e narra uma história onde os outros jogadores deve tomar decisões. Tudo isso tem o apoio de livros com regras e dicas de jogo, fichas com informações e habilidades dos  personagens criados e dados para decidir se as ações foram bem sucedidas ou não. Agora, Vampiro: A Máscara é um universo criado por Mark Rein-Hagen pela editora White Wolf nos idos de 1991 e que ficou muito famoso no Brasil. Mesmo tendo a linha descontinuada em 2004 e sendo "refeito" sob o nome de "Vampiro: O Réquiem" o velho A Máscara continua sendo jogado até hoje.
Neste mundo existem vários "tipos" de vampiro com características próprias e uma linha de outras criaturas sobrenaturais envolvidas (e cada uma delas tem um livro específico para se jogar). Se quiserem saber um pouco mais aqui pode ter algo, sugiro ler na parte de clãs sobre Nosferatu e Toreador para entender mais um pouco do texto que estou trazendo, mas não se assuste, não é necessário. E sim, um bom jogador de RPG lê muito...
Já fazia um tempo que eu queria postar sobre alguma das minhas personagens desse universo aqui e hoje resolvi seguir o tema do blog do Ton, bom o texto que vem logo abaixo é o prelúdio dessa simpatia que eu criei dentro do clã dos nosferatus e a segunda parte foi escrita por ele. Vai dar pra sentir um pouquinho da diferença de nível! Espero que vocês gostem da Crist tanto quanto eu.
AC

Cristina Gomes

Essa adorável Nosferatu tem por hobby escrever sobre a vida alheia. Seus companheiros são sua inspiração, segundo ela “todos os membros são uma fonte de histórias inesgotáveis, é só sentar e apreciar”. Cristina escreve seus romances sob vários pseudônimos, sendo o atual Claire del’Spinoza. O anterior, Sr. Bonhantel, só escreveu um livro, que foi lançado postumamente virando um best-seller.
Crist, como gosta de ser chamada, sempre manteve do seu lado um editor como lacaio, nos últimos anos Nathália a auxilia e representa seus textos para os chefões, afinal, Claire é um tanto excêntrica e não aparece em público, o máximo que ela faz é falar ao telefone. A mídia tem especulado que Claire é na verdade uma criança ou adolescente, um gênio irreverente que tem medo da reação de seus próximos, afinal seus livros são recheados de intriga, traição, tortura, sedução, assassinatos e sexo, que os torna tema de grandes polêmicas.
Sobre a própria Cristina, ela foi transformada há muitos anos e não costuma falar sobre como era sua vida, mas se sabe que ela foi um daqueles clássicos clichês, que trocou tudo o que tinha pela eternidade para dedicar-se aos seus textos. Ela possuía o perfil perfeito para um Toreador, mas quem cruzou seu caminho foi Nosferatu.
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A verdade: Cristina não é Cristina. Nunca existiu Cristina, é apenas mais uma de suas personas, inventada para que aqueles que queiram descobrir seu passado nunca o descubram. A história de que ela foi encontrada, afortunada e em vias de publicar seus primeiros livros foi espalhada por ela mesma, através de contatos e lacaios. Sua verdadeira natureza, no entanto, é muito mais simples e, contraditoriamente, complexa.
Seu nome continua um mistério, mas sua família servia a um Toreador, e ela, adolescente, sabia que futuramente se tornaria uma lacaia também, tão logo tivesse qualidades para tanto. O que não se esperava é que, ainda como uma serviçal, ela se tornasse responsável por cuidar da manutenção da biblioteca de seu senhor, e portanto tivesse acesso aos inúmeros livros dele e, sem o conhecimento de ninguém, também à gaveta secreta em que escondia seus manuscritos. Tal tesouro, ainda que inútil para ela, despertou seu interesse. Não entendia porque haviam sido descartados e pensava que seu senhor, um vampiro tão classudo, era na verdade um gênio subestimado. E então conheceu Nestor.
Vestido de cinza da cabeça aos pés, o negro de olhos tão azuis que pareceriam brancos, dentes pontiagudos e pele vazada, como se tivesse perdido pedaços aleatoriamente, apareceu subitamente, em uma noite em que ela estava servindo como faxineira dos quartos de hóspede. A princípio, por ser sem graça, ela não foi notada, mas cometeu o erro de ser pega lendo novamente os manuscritos de seu mestre em um dos quartos. Nestor sabia reconhecer um talento para o crime, e em uma rápida conversa se encantou pela mente subversiva e também pela vontade estupenda da garota e a ela deu uma oferta que parecia ser irrecusável. Ela fugiria com ele e se tornaria sua cria, e em troca ele a daria a imortalidade para abusar como quisesse de seus dons. Ela aceitou.
Logo, Cristina Gomes, seu primeiro heterônimo, surgiu em poucas livrarias, com sua publicação fajuta, utilizando um dos manuscritos roubados. Seu mestre nunca a caçou, e ela não achou estranho. Descobrira a duras penas o porquê daqueles textos terem sido descartados: Eram realmente ruins, e o nome Cristina Gomes foi queimado com um livro fracassado. Passou então a um plano mais elaborado. Contou as mentiras de seu passado e inventou uma nova personagem, também sob o nome de Cristina Gomes, e esta sim teria vários heterônimos. Havia encontrado uma mina de histórias maravilhosas e como Nestor dissera, era boa em inventar causos em volta delas, transformando-as em seus Best Sellers. Por enquanto, sua tática funciona muito bem.

Fotografia original "Something_by_fantasmica" com edição minha de várias imagens de textura

sábado, 21 de março de 2015

Pole dance


Atividade física sempre foi algo em segundo plano, poucas vezes eu fiz algo que eu realmente gostava. A primeira vez foi a natação, que criança não fez... Depois o pa-kua na modalidade de armas de corte, ah que saudade desse! Atualmente fui pra dança, mais especificamente, para o pole dance.
Percebi esses dias que já fez um ano desde que eu comecei e é incrível como isso me ajudou, tanto fisicamente, com força, alongamento e elasticidade, como na auto-estima.
Indico para todos! Se tiverem condições façam uma aula experimental, é algo fascinante!
AC

Preparando...
...pirueta e desce!